De acordo com estudos recentes da  Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), estimativas apontam que, anualmente, a cervicalgia afeta entre 30% a 50% da população geral, sendo mais comum na faixa etária da meia idade, em média após os 45 anos, atingindo mais mulheres do que homens. Segundo os especialistas, o sedentarismo, estresse, envelhecimento da população e também os vícios na postura, como o uso excessivo do celular, vem contribuindo para o aumento do número dos casos. 

O que é a cervicalgia? 

É um quadro doloroso nas vértebras da coluna cervical, normalmente próxima a região do pescoço.  Como o pescoço controla os movimentos da cabeça em relação ao resto do corpo, a cervicalgia pode vir a ter profundas consequências. Em casos mais graves, resulta em perda na produtividade, dificuldade na execução de atividades rotineiras e até uma maior predisposição à lesão, dependendo da faixa etária.

Quais são as causas da cervicalgia? 

Como a dor cervical é bastante complexa e envolve muitos músculos com a região, a cervicalgia pode ter inúmeras causas.  Dentre as principais, destacamos:

• Postura inadequada
• Contração muscular por uso prolongado do celular
• Torcicolo
• Sedentarismo
• Estresse ou tensão emocional
• Doenças crônico-degenerativas como hérnia de disco
• Movimentos bruscos
• Tarefas repetitivas
• Atividades físicas com muita intensidade
• Lesões e acidentes

Sintomas 

Um dos principais sintomas da cervicalgia é a dor intensa na região do pescoço, podendo se estender para a região do ombro e nos casos mais graves acaba irradiando para todo o membro superior. Por se tratar de uma dor muito ampla, os sintomas podem vir acompanhados também por: 

• dor que tem início na nuca e acaba se irradiando para o couro cabeludo;
• dor de cabeça, náuseas ou tonturas;

• dormência do ombro, braço ou dedos;
• sensação de peso nos ombros e na parte alta das costas;
• perda de força no braço e no ombro ou até mesmo na mão, podendo ser difícil segurar um copo de água, por exemplo;
• sensação de “areia” entre as vértebras ao fazer determinados movimentos;
• espasmo muscular;

Como funciona o tratamento da cervicalgia?

Na maior parte dos casos, o tratamento para a cervicalgia é feito por meio de fisioterapia. As cirurgias só são indicadas em casos mais complexos, como naqueles casos causados por uma lesão. As terapias manuais como a liberação miofascial, osteopatia e quiropraxia também apresentam um resultado positivo no tratamento da cervicalgia para aqueles pacientes que já não apresentam uma dor com grande intensidade.

Com técnicas de manipulação das articulações, as terapias atuam no alívio da dor e no fortalecimento da região muscular afetada.  Além disso, para tratamento imediato ou a curto prazo, existem provas e estudos de que a acupuntura pode ser realmente efetiva. 

Para alívio das dores, existe ainda a recomendação do uso de analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares, porém ainda de acordo com estudos da  Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), “não existem evidências de que nenhum tratamento farmacológico seja efetivo, exceto o alívio da dor de curto prazo mediante injeções intramusculares de lidocaína”. 

Dessa forma, é importante destacar que o ideal é evitar a automedicação. Muitos pacientes acabam recorrendo aos remédios de venda livre, o que por um momento, pode aliviar a dor, mas na maioria dos casos, acaba “mascarando” o problema, gerando, num futuro mais breve, até lesões mais graves. 

Por esse motivo, o paciente “nunca deve eleger sozinho o melhor medicamento para o seu quadro“. Sendo assim, ao perceber que existe algo errado e sentir uma dor persistente na coluna cervical, o recomendado é procurar ajuda de um profissional especialista para uma avaliação médica criteriosa, que seja capaz de propor o diagnóstico correto  e o tratamento mais adequado para o seu caso. 

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